UMA BAGUNÇA, UMA CONFUSÃO
Uma bagunça. Uma confusão.
Acho que estou passando por uma fase na minha vida que nunca pensei que fosse passar. Eu imaginava que era imune a ter dúvidas sobre quem eu sou, o que preciso e quero fazer. Mas a cada dia que passa, vejo que estava perdidamente enganada sobre isso.
Não é que eu esteja triste neste momento, eu acho que não estou. Só tenho pensado bastante de maneira um tanto pessimista e desorganizada sobre tudo. Literalmente tudo. Comecei a ter dúvidas sobre todos os meus planos infantis e patéticos que eu criei aos 7 anos de idade e que carrego esperanças até hoje deles se tornarem realidade. Sobre meus sentimentos em relação as pessoas mais próximas a mim, como minha família, melhores amigos e as paixões não correspondidas que não superei até hoje.
Seria tudo muito dramático da minha parte? Muito frágil? Muito errado? Eu não sei.
Queria ser mais como as pessoas que eu admiro. Queria escrever tão bem como uma clássica poeta. Queria criar como aqueles talentosos que são aclamados por todos. Queria ser tão forte ao ponto de ninguém desconfiar da minha vulnerabilidade e insegurança.
Mas eu sou apenas eu e isso não é algo que me agrada tanto.
Pensamentos infantis, como fugir de casa, me atormentam com frequência, mas eu não quero isso, acho que só quero fugir de tudo e todos. Quero começar do zero. Quero morrer e nascer de novo, mesmo que isso seja impossível. Ou quase impossível.
Fleabag uma vez chorou ao se confessar para o padre. Ela disse que só queria que alguém lhe dissesse o que fazer. Acho que isso define muito bem o que estou passando há alguns meses.
Eu sou boa em alguma coisa? Seria eu capaz de fazer tudo o que quero? Será que realmente quero realizar essas coisas? O que eu estou sentindo agora é válido e importante?
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